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UM JULGAMENTO COM PEDIDO DE DESCULPAS

04/04/2016

Fazendo uma análise apurada, o pedido de desculpas somente acontece por um eventual arrependimento/falha cometida, sob pena de banalização da palavra.  Em tempos bastante conturbados no cenário político brasileiro, “falhas jurídicas” são o que menos podemos esperar das instituições democráticas sob pena de infringirmos o que de mais precioso conquistamos para o nosso país. Uma Constituição Federal democrática.

Os excessos cometidos pelo judiciário federal do Paraná, nos lembram os crimes que ocorreram na ditadura do Chile. Em recente publicação nos jornais chilenos, juízes pedem desculpas pelas sentenças inquisitórias aplicados aos ativistas políticos chilenos no golpe contra Salvador Allende. Perguntamos a nós: O pedido de desculpas não apaga as consequências para aquele que foi prejudicado por algum ato/omissão? A resposta seguramente é não.

A realidade política no Brasil não é diferente. Na tentativa de incriminar a presidenta Dilma Rousseff e o atual ministro da casa civil e ex-presidente Lula, inúmeras ilegalidades estão sendo cometidas pelo judiciário federal paranaense com o posterior e irrisório “pedido de desculpas”. Pedir desculpas não isenta ninguém do cometimento de atos ilícitos ou até mesmo de crimes em razão de atos ou omissões. Não cabe a nós prever as intenções por de trás de um pedido de desculpas proferido por Moro, mas sabe-se que os ministros da Suprema Corte, ou se preferirem, do Supremo Tribunal Federal, reprovaram a atitude inquisitória do então juiz. O puxão de orelha pode servir para frear atitudes antidemocráticas e que não visem o real aprofundamento do combate a corrupção.

Em épocas de crise política e econômica aparecem os falsos “profetas”, aproveitando-se da fragilidade das instituições para impor suas profecias/malabarismos para os mais desavisados. Com respaldo da mídia tradicional, que inclusive apoiou os anos de chumbo (ditadura militar), figuras como a de Moro, Bolsonaro, Aécio Neves, por exemplo, surgem no meio deste cenário como “salvadores da pátria”, enquanto suas práticas e intensões são seletivas – seguindo uma cartilha conservadora. Por este motivo, movimentos de aglomeração humana, como os que pedem impeachment da presidenta Dilma, tornam-se massa de manobra dos piores objetivos, estando vulneráveis a discursos antidemocráticos, moralistas, xenofóbicos, racistas, entre outros.

As decisões do juiz Sergio Moro, podem trazer um custo muito alto para a democracia. Os juízes devem ser cidadãos com atitudes naturais e nos limites de sua profissão. Não devem dar publicidade de seus atos, fora do Diário Oficial, não devem convocar a mídia para explicar sua decisão e seu ponto de vista, sob pena de originar uma disputa (com ódio) entre pontos de vista diferentes.

Daí surge a conclusão de que juízes não são imparciais, muitos querendo construir o nome pessoal, esquecendo-se das prerrogativas de seu dever (profissão). O simples fato da mídia publicizar o nome de Sergio Moro como juiz que julga os processos da lava-jato geram situações nebulosas para o devido processo legal. Por este motivo, deveria ser preservado o nome do julgador, evitando influências externas ao processo.

Além disso a Polícia Federal, o Ministério Público e o juiz Sérgio Moro, apaixonaram-se pela causa, tornando suas decisões parciais. O poder discricionário dos entes públicos tem seus limites na Constituição Federal, o que não justifica as abusividades cometidas por este tridente responsáveis por uma total insegurança jurídica e social. A perversidade é tanta, que pesquisas do Datafolha já colocam o juiz como possível presidenciável às eleições de 2018, dando um ensejo a politização do poder judiciário, que por certo, deveria funcionar harmonicamente com os demais poderes. Você leitor, acredita no pedido de desculpas de Moro? Eu não.

 

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